Rio Sucuri tem ‘meliponário’ com abelhas nativas de MS para visitantes conhecerem
Você sabia que existem abelhas sem ferrão, que são responsáveis pela polinização da flora nativa, lavouras e pomares, contribuindo para a produção de alimentos e para a manutenção da biodiversidade vegetal? Essas espécies são abundantes em nosso Estado, porém estão sendo ameaçadas pelo avanço do desmatamento, queimadas e uso de agrotóxicos.
Entendendo a importância da conservação dessas espécies e observando a presença de algumas delas no atrativo, o Rio Sucuri decidiu investir na criação de abelhas sem ferrão nativas do Mato Grosso do Sul, que contou com apoio da zootecnista Jovelina Maria de Oliveira e da agrônoma Franscimar Perez, especialistas no manejo das abelhas sem ferrão para elaboração do projeto e instalação do Meliponário.
"A ideia era criar um espaço para visitação dos turistas, no qual eles pudessem conhecer um pouco da diversidade de abelhas que temos no nosso Estado e no Brasil e também ter contato com elas de pertinho. Abrir a colmeia, ver como funciona e ver que elas são inofensivas."
Além é claro, de despertar uma consciência ambiental sobre a importância da conservação das abelhas nativas, tanto na sua área natural de ocorrência, quanto a possível criação delas em suas residências ou áreas rurais, por exemplo”, detalha Jovelina.
No atrativo, foram instalados caixas específicas para criação das colmeias, mas a presença das abelhas já era anterior a isso, em alguns pilares do receptivo do passeio. Isso porque essas espécies constroem seus ninhos principalmente em cavidades existentes em troncos ou galhos de árvores e também é bastante comum, que achem morada em buracos, nos pilares de madeira de algumas casas.
“Começamos com a identificação das abelhas sem ferrão em toda área da propriedade, depois realizamos a compra de alguns enxames e caixas de manejo. Com apoio da equipe do atrativo, definimos o espaço onde seriam colocadas e demos início à construção do meliponário, que hoje já está em pleno funcionamento e aberto a visitação”, acrescenta Franscismar.
No atrativo estão sendo criadas quatro espécies: Iraí (Nannotrigona testaceicornis); Jateí/Jataí/Jati (Tetragonisca fiebrigi); Mandaguari/Canudo (Sacptotrigona sp) e a Mandaçaia MQQ (Melipona Quadrifasciata).
“As abelhas sem ferrão nativas são muito importantes para a polinização, tanto para a parte ambiental quanto para parte produtiva de alimentos, pois os últimos estudos publicados mostram que as abelhas evoluíram junto com as plantas, sendo assim temos plantas nativas que são melhor polinizada pelas abelhas nativas por causa da cooevolução natural durante as décadas”, explica a zootecnista Jovelina.
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O trabalhado de polinização de plantas nativas realizado pelas abelhas também soma forças a outro projeto desenvolvido no atrativo: ‘Horta Agroflorestal’, que alia o conceito de horta convencional, com árvores e plantas de grande porte, com prazo de vida mais longo, promovendo uma mistura de espécies para melhor desenvolvimento das espécies, gerando alimentos que são utilizados no restaurante, como hortaliças e leguminosas, e também funciona como uma forma de reflorestamento de áreas degradas, com plantio de arvores frutíferas de vida longa, como o Jatobá.
Essas espécies, assim como as demais abelhas, também produzem mel, própolis e cera, que despertam grande interesse pelas características medicinais. A ideia é com o desenvolver do projeto, também disponibilizar os produtos para degustação e venda aos visitantes.
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